quarta-feira, 7 de outubro de 2009

"Complexidade e Contradição em Arquitetura"

Foi publicado em 1966 pela primeira vez pelo Museu de Arte Moderna em Nova York e também foi promovido pelo MOMA em 1932. “Complexidade e Contradicao em arquitetura” é considerado um livro americano, pluralista e fenomenológico em seu método, em que por meio de seu caráter humanista, valoriza as ações do homem e o efeito das formas físicas em seu espírito.

Segundo Kate Nesbitt em “Uma nova agenda para a arquitetura”, no livro de Venturi é mostrado que o problema da arquitetura e do urbanismo modernista era serem enfaticamente reducionistas, resolvendo os problemas de maneiras à limitá-los, por meio de soluções puras e tediosas. Embora esta simplificação resultasse em alguns belos edifícios, o maior resultado do modernismo foi uma suavidade excessiva, como Robert Venturi o propõe na sua reformulação da frase de Mies van der Rohe: "Menos é um tédio". O arquiteto coloca ainda em seus textos, que a arquitetura moderna não esta à altura da arte e da ciência desse período, a qual tem a problemática da complexidade e contradição.

Para resolver os problemas que encontra no moderno, o arquiteto propõe o exercício da inclusão, que conduz a uma ampla interpretação, com elementos de dupla função, reforçando sua teoria de que mais não é menos. A sua teoria é afirmada pelos princípios da semiótica, pelo valor poético que a ambigüidade atinge, e por meio do significado da arquitetura pautada na história da disciplina.

Uma das principais críticas de Venturi nessa obra é feita ao edifício modernista de esqueleto de aço e revestimento em cortina de vidro, com sua estrutura independente da vedação; que deveria reintegrar as essas funções, fazendo o uso, por exemplo, da parede portante.

Agora, de acordo com Otlília Arantes, a teoria de Robert Venturi contribuiu para renovação da consciência na história, ou uma adesão a ela, o que é uma característica do pós-moderno, em divergência ao moderno; ao estimular a apropriação eclética da história, centrada nas imagens. Para ela, o livro mostra um caráter híbrido e por vezes equivocado das grandes obras do passado, que diferencia-se do programa de clareza e homogeneidade do moderno.

Ainda segundo a escritora, Venturi atento aos procedimentos, materiais e soluções construtivas da tradição, escreve um manifesto "suave" contra o que ele chamou de "a língua puritanamente moral" do modernismo tardio. Ela também, a fala de Venturi, onde afirma que os modernistas simplificavam e clarificaram a arquitetura, a ponto de destacá-lo "a partir da experiência de vida e as necessidades da sociedade". Como se sabe o modernismo tinha evitado referência histórica, afirmando que no passado era irrelevante para para as preocupações de sua arquitetura, mas Robert Venturi, acaba por encontrar lições ricas em todo o “leque” de arquitetura do mundo, e ilustra teorias usando exemplos de vários períodos e estilos.

Assim como seus edifícios, este livro se opõe ao que muitos considerariam as opiniões institucionalizadas e tem por objetivo visar às condições concretas que deveriam estar na base dos projetos arquitetônicos, como: as ambiguidades, que algumas vezez não são nada atrentes, que os arquitetos se vêem enfrentam ao longo da sua criação. O arquiteto proporciona a combinação de surpresa com a tradição, como por exemplo, em seu projeto da Casa Vanna, onde inclui várias referências: cabendo sugestões de Michelângelo,Porta Pia em Roma, o Nymphaeum de Palladio, Villa Alessandro Vittoria do Barbaro em Maser, e a casa de Luigi Moretti seu apartamento em Roma.

Assim como a Casa de Vanna, o Venturi constrói várias outras casas similares, que não fazem parte de um processo de simplificação, mas tem unidade e precisão. E uma representante desse processo, que esta no contexto do estudo da obra “Complexidade e Contradição em arquitetura” é a Residência em Chestnut Hill, que será analisada adiante.